Há cento e doze anos atrás, no dia 23 de outubro de 1906, Santos Dumont fez seu primeiro voo com o 14 Bis dando início a aviação. Voou cerca de sessenta metros a uma altura de dois a três metros com o Oiseau de Proie’ (“ave de rapina” em Francês), no Campo de Bagalle, em Paris. A partir daquela data era possível voar pelos céus do mundo todo.
Cento e doze anos depois, nos dias atuais, Arquitetos e Urbanistas voam, agora com seus drones – aparelho eletrônico aéreo não tripulado e controlado por controle remoto via rádio – para auxiliar em estudos de planejamento urbano, em análise nos padrões do sistema de trânsito, no escaneamento das fachadas em skyscrapers para detectar patologias, ou mesmo na conservação e catalogação de edificações históricas, entre outros múltiplos usos na área da arquitetura e urbanismo em todo o mundo.

Foto: https://blog.mercadrone.com.br/index.php/2017/01/25/drone-e-seu-uso-na-arquitetura-e-engenharia/
Temos ainda, durante todo o processo construtivo de edifícios e obras urbanas, a concepção do novo sistema de fiscalização pensado pelo recente criado CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil através de drones, permite registrar, fiscalizar e acompanhar o progresso em tempo real no canteiro de obras.
Apesar do preço ainda elevado, o que permite pouco acesso a grande maioria dos arquitetos, a relação custo/benefício e a recente queda no preço dos drones tem permitido ascensão da tecnologia a uma parcela dos arquitetos e urbanistas. Mas, é importante sabermos até que ponto sua aplicação prática pode afetar o modo como trabalham os arquitetos e urbanistas.
Acredito que em pouquíssimo tempo, nos próximos anos, os drones deverão possibilitar vários usos no campo da arquitetura, urbanismo e construção. Mas é necessário que esta “nova tecnologia” seja incorporada no Projeto-Político-Pedagógico das nossas Universidades, no Ensino da Arquitetura e Urbanismo, assim como também se faz necessário incorporar a “Construção Verde/Sustentável”, ainda tão insipiente em nosso ensino superior.
É comum na área de planejamento urbano e regional o uso de imagens de satélite pelos arquitetos e urbanistas, para desenvolver estudos, pesquisas e implantações. Contudo, esses recursos visuais geralmente estão disponíveis em baixa resolução e produzem dados menos precisos. Segundo a matéria publicada pelo Archdaily “os dados coletados pelos drones podem eliminar completamente a necessidade de contratar agrimensores de terras para criar levantamentos topográficos. Em vez disso, os arquitetos podem usar essas informações para construir modelos 3D precisos do terreno e importá-los diretamente para softwares de desenho e modelagem”.
O drone se tornou a forma mais barata de se fazer monitoramento aéreo na construção civil. O uso de drones é presente, não mais o futuro, e é muito importante que nós, Arquitetos e Urbanistas, conheçamos suas diversas aplicações. E desta forma, incorporar a tecnologia para projetarmos com maior segurança e em prol de uma melhor qualidade de vida em nossas cidades.
E viva Santos Dumont que nos possibilitou voar para melhor projetar….
