
A música “Natasha” do Capital Inicial, e a expressão “um passo sem pensar” servem como metáforas para a necessidade de mudança de comportamento e de ações mais conscientes em relação às mudanças climáticas. O “passo sem pensar” deve ser substituído por ações responsáveis e sustentáveis, visando um futuro mais seguro e resiliente.
Às vezes, basta um passo impensado para desencadear consequências drásticas. Assim tem sido a trajetória da humanidade em relação ao meio ambiente, principalmente do Congresso Brasileiro no Projeto de Lei 2159, recém aprovado, também conhecido como “PL da Devastação”. O projeto segue agora para sanção presidencial, mas mesmo que o presidente vete a lei, o Congresso tem votos suficientes para derrubar o veto, o que significa que a aprovação final é altamente provável.
Por décadas, avançamos no progresso industrial e tecnológico sem considerar os impactos ambientais. E vale ressaltar que a natureza nos ensina tudo, nos alimenta e nos dá a essência da vida, as árvores purificam o ar e nos dão sombra, flores e frutas. Sem elas não sobrevivemos e no entanto o homem continua seu processo de destruição.
O uso desenfreado de combustíveis fósseis, o desmatamento massivo e o consumo exagerado de recursos naturais foram passos dados sem reflexão profunda — e hoje enfrentamos os efeitos dessa negligência: secas prolongadas, inundações devastadoras, aumento das temperaturas globais e o colapso de ecossistemas inteiros. As mudanças climáticas são o reflexo direto de ações humanas tomadas no impulso do crescimento, sem pensar nas futuras gerações. Agora, mais do que nunca, é hora de refletir: Que passos queremos dar a partir de agora?
- Aumento do consumo de energia: Desligar aparelhos eletrônicos e lâmpadas quando não estão em uso, optar por fontes de energia renovável (solar, eólica) e investir em eficiência energética são medidas importantes para reduzir o consumo de energia e, consequentemente, as emissões.
- Uso excessivo de combustíveis fósseis: Optar por transporte público, bicicleta (construção de ciclovias e ciclofaixas) ou caminhada, além de dar carona, reduz a dependência de carros e a emissão de poluentes. Planejar rotas e utilizar biocombustíveis também são alternativas.
- Desmatamento e queimadas: O desmatamento e as queimadas liberam grandes quantidades de carbono na atmosfera, além de reduzir a capacidade de absorção de CO2 pelas árvores. Denunciar crimes ambientais e evitar o uso de balões (que podem causar incêndios) são ações importantes para a preservação florestal.
- Descarte inadequado de resíduos: A queima de lixo e o descarte incorreto de materiais geram poluição e emissões de gases poluentes. Gerenciar resíduos de forma sustentável, evitando a queima e promovendo a reciclagem, é fundamental.
A Educação Ambiental nas escolas é extremamente importante para a conscientização e ação: A conscientização sobre a importância de ações sustentáveis e a adoção de hábitos mais responsáveis são cruciais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Pequenos passos como evitar o desperdício de água e alimentos, e reutilizar materiais, podem fazer a diferença quando adotados em larga escala.
Ao tomar decisões no dia a dia, é importante considerar o impacto de nossas ações no meio ambiente. Ações impulsivas podem ter consequências negativas a longo prazo, enquanto escolhas conscientes podem contribuir para um futuro mais sustentável.
Ou seja: Um passo sem pensar pode gerar um efeito cascata de consequências negativas para o clima. A conscientização e a adoção de práticas sustentáveis no dia a dia são essenciais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Algumas ações necessárias:
- Educação e conscientização: Como já disse, é fundamental educar e conscientizar a população sobre as causas e consequências das mudanças climáticas.
- Adoção de práticas sustentáveis: Incentivar a adoção de práticas mais sustentáveis em diversos setores, como a indústria, o transporte e a agricultura, é essencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
- Investimento em tecnologias limpas: É necessário investir em tecnologias que permitam a transição para fontes de energia renovável e em soluções para a gestão de resíduos e recursos.
- Adaptação às mudanças: É importante desenvolver estratégias de adaptação para lidar com os impactos já inevitáveis das mudanças climáticas, como o aumento do nível do mar e eventos climáticos extremos.
Vale ressaltar que existem canções que abordam mais diretamente as mudanças climáticas e a conscientização ambiental. O que nos mostra a sensibilidade dos artistas sobre as questões ambientais, em detrimento dos políticos que deveriam focar nas questões socioambientais e que na maioria das vezes não o fazem.
- “Para Onde Vamos?” (Beto Villares e Carlos Rennó): Aborda queimadas, desmatamento, derretimento de geleiras e as consequências do aquecimento global. (https://www.youtube.com/watch?v=XnkFhHgQf1o)
- “Planeta Água” (Guilherme Arantes): Foca na importância da água e na poluição. (https://www.youtube.com/watch?v=sMgCgImKCKw).
- “O Sal da Terra” (Beto Guedes): Uma canção que celebra a natureza e a importância de preservá-la. (https://www.youtube.com/watch?v=WwSCm5H5kh0)
- “Earth Song” (Michael Jackson): Uma canção que reflete sobre o estado do planeta e a responsabilidade humana em relação à natureza. (https://www.youtube.com/watch?v=XAi3VTSdTxU)
- “Xote Ecológico” (Luiz Gonzaga): Uma música que exalta a natureza e a importância de sua preservação. (https://www.youtube.com/watch?v=YSwq5mJwi38)
Além dessas, diversas outras músicas de artistas como Caetano Veloso, Bob Marley, Rage Against the Machine, entre outros, abordam temas relacionados à natureza, ao meio ambiente e à conscientização sobre as mudanças climáticas. Assim como Heal The World de Michael Jackson – “…Cure o mundo / Faça dele um lugar melhor / Para você e para mim / E toda a raça humana / Há pessoas morrendo / Se você se importa o suficiente com os que vivem / Faça dele um lugar melhor…” (https://www.youtube.com/watch?v=jY81J_dI5k0)
Ou seja: A crise climática exige uma mudança fundamental em nossa forma de pensar e agir. A ousadia de pensar diferente envolve reconhecer a gravidade da situação, mas também a capacidade de encontrar soluções inovadoras e sustentáveis, além de uma ação coletiva para proteger o planeta e as futuras gerações.
Precisamos votar e eleger gestores públicos com Ousadia de Pensar e Agir diante desse cenário, e que no meu entender a ousadia de pensar reside em:
- Reconhecer a urgência da situação: A crise climática não é um problema distante, mas uma realidade que afeta nosso presente e futuro.
- Adotar práticas sustentáveis: É preciso repensar nossos hábitos de consumo, reduzir o desperdício, optar por energias renováveis e apoiar empresas que adotam práticas sustentáveis.
- Promover a conscientização: Informar e engajar amigos, familiares e colegas sobre a importância da mudança climática e como podemos agir individual e coletivamente é fundamental.
- Pressionar por mudanças: Exigir que governos e empresas adotem políticas e práticas mais sustentáveis, como a redução de emissões de gases de efeito estufa e a adaptação às mudanças climáticas.
- Inovar em soluções: Investir em tecnologias limpas, energias renováveis e práticas agrícolas mais sustentáveis, além de buscar soluções inovadoras para os desafios específicos de cada região.
- Cuidar da saúde mental: Reconhecer que a crise climática pode gerar ansiedade e desesperança é importante. É preciso buscar apoio e desenvolver estratégias de enfrentamento para lidar com as mudanças climáticas sem perder a esperança e a capacidade de agir.
Segundo a conclusão dos cientistas no relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado em fevereiro: As mudanças climáticas provocadas pelos seres humanos estão causando perigosas e generalizadas rupturas na natureza e afetando as vidas de bilhões de pessoas em todo o mundo, apesar dos esforços da ONU para reduzir riscos. As pessoas e os ecossistemas estão menos capazes de lidar com as consequências e são os mais afetados.
Infelizmente o Congresso Brasileiro aprovou o Projeto de Lei 2159, também conhecido como “PL da Devastação”, trata do licenciamento ambiental no Brasil e tem sido alvo de muitas críticas e controvérsias. O projeto visa estabelecer normas gerais para o licenciamento de atividades que possam causar danos ambientais. O projeto enfraquece o licenciamento ambiental, reduzindo a fiscalização e o controle sobre atividades potencialmente poluidoras, o que poderia levar a mais desmatamento, poluição e violência contra territórios.
Ou seja, o projeto ignora a crise climática e os tratados internacionais sobre meio ambiente. Inclusive a COP30 – Conferência das Partes. Uma importante ªConferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas”, prevista para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, na cidade de Belém/Pará/Brasil, Além disso o PL ignora os direitos das comunidades tradicionais e povos indígenas (responsáveis pelas soluções baseadas na natureza). Ou seja, o PL da Devastação é uma ameaça aos modos de vida de povos e comunidades tradicionais, que desconsidera os direitos assegurados constitucionalmente a essas comunidades sobre seus territórios. E também o projeto ignora a ciência e os dados técnicos sobre os impactos ambientais.
Enfim…, prefeitos, governadores, presidente da república e gestores públicos precisam pensar e agir com consciência ambiental na crise climática envolvendo e implementando os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e também reconhecer a gravidade da situação, adotar práticas sustentáveis, promover a conscientização, pressionar por mudanças, inovar em soluções. A ação coletiva e a colaboração são essenciais para construir um futuro mais sustentável para todos.
Porque “Palavras o vento as leva. Ação leva ao coração“. Além de sonhar com um mundo melhor para nossos filhos e netos… Precisamos AGIR.
A gestão do planeta pela humanidade para a humanidade é um desafio complexo, mas essencial para garantir um futuro sustentável e habitável para todos. A ação imediata e coordenada é crucial para evitar as piores consequências da crise climática e construir um mundo mais justo e resiliente. Um paço BEM pensado!!!
Próximo artigo falaremos sobre os ODS – Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e as Mudanças Climáticas. E volto mais uma vez a dizer: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).
Eduardo Cairo Chiletto