Os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as Mudanças Climáticas.

Como se sabe, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são elementos fundamentais para se compreender, de uma forma objetiva e orientada, a sustentabilidade em um aspecto amplo, do global para o local, sendo a sigla ODS um dos termos mais lembrados quando nos questionamos sobre o futuro da humanidade. Dada a importância e a síntese que os 17 ODS representam, podemos considerá-los como não somente uma relação de metas com prazo, mas também como orientações gerais, atemporais, para humanidade.

O combate às mudanças climáticas é fundamental para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, pois afeta diversos aspectos da vida humana e do planeta. Ou seja, lutar contra as mudanças climáticas não é apenas um dos ODS – é um pré-requisito para alcançar quase todos eles. Integrar a ação climática nas políticas de saúde, educação, economia e infraestrutura é essencial para construir um futuro sustentável, resiliente e justo.

ODS 13 – Ação Climática: Este ODS é dedicado a combater as mudanças climáticas, reconhecendo a sua gravidade e necessidade de ação imediata.

Importante dizer que os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são interligados entre si. A Agenda 2030, que define os ODS, reconhece que a realização de um objetivo frequentemente contribui para o avanço de outros. Em vez de serem vistos como objetivos isolados, eles devem ser abordados de forma sistêmica, considerando as sinergias

Desta forma, a Agenda 2030 destaca a interdependência dos ODS, reconhecendo que a progressão em um área pode impulsionar resultados positivos em outras. Sendo assim, a implementação dos ODS exige uma abordagem sistêmica, considerando as interações entre os diferentes objetivos e metas. A interação entre os ODS é fundamental para garantir a eficiência e o sucesso da Agenda 2030, pois permite que as ações sejam mais abrangentes e impactantes. 

Por exemplo: A erradicação da pobreza (ODS 1) pode contribuir para o avanço na educação de qualidade (ODS 4), à saúde (ODS 3) e no desenvolvimento de cidades sustentáveis (ODS 11), criando um ciclo positivo de progresso. 

A Agenda 2030 da ONU é um plano de ação global que reúne 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas com foco na erradicação da pobreza e na promoção de uma vida digna a todos. Tudo isso sem comprometer a qualidade de vida das próximas gerações.

Segundo a ONU Brasil: “Lideradas por Coordenadores e Coordenadores Residentes, as equipes da ONU atuam em 162 países para impulsionar o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS…”. Mais de 90% dos governos anfitrões reconhece o poder do sistema de Coordenadores Residentes das Nações Unidas para mobilizar ações coletivas em prol dos Objetivos Globais em seus países.

Segue o apoio da ONU aos ODS:

  • 98% dos governos de países anfitriões concorda que a ONU os apoia de maneira eficiente;
  • 90% dos governos de países doadores concordam que o sistema de Coordenadores Residentes ampliou a ação coletiva dos ODS;
  • 98% dos governos anfitriões concordam que o Marco de Cooperação assegura que as iniciativas da ONU respondam de forma efetiva para as prioridades nacionais e ao avanço dos ODS;
  • Voluntários da ONU estão fazendo a diferença. Mais de 280 apoiaram Escritório de Coordenação em 2024;

ODS em 2024:

  • 10 milhões de pessoas beneficiadas por melhores serviços sociais;
  • 86 milhões de dólares investidos em 90 países;
  • 1,6 bilhão de dólares adicionais mobilizados pelo fundo ODS;
  • Cada 1 dólar investido alavanca 19 dólares adicionais para financiar os ODS.

Vale ressaltar que mais de 100 iniciativas nacionais em todo o mundo ajudaram os Estados-Membros na preparação para a Cúpula do Futuro.

Segue uma iniciativa em destaque: 32 milhões de dólares investidos para acabar com a violência contra as mulheres e meninas no Equador e em Uganda.

Sobre as Mudanças Climáticas: o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), criado em 1988, possui o objetivo de fornecer avaliações científicas regulares sobre a mudança do clima, suas implicações e possíveis riscos, e também propor opções de adaptação e mitigação, sendo a maior autoridade mundial sobre o tema.

No Brasil, as mudanças climáticas já são uma realidade, com impactos significativos em diversas regiões, como secas, inundações e eventos climáticos extremos. O governo, empresários e a sociedade civil devem trabalhar para implementar políticas e projetos que visam mitigar os efeitos das mudanças climáticas e fortalecer a resiliência das comunidades afetadas. 

Volto a dizer e ressaltar que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU incluem o ODS 13, que se concentra na “Ação Climática” e visa combater as mudanças climáticas e seus impactos. O objetivo é adotar medidas urgentes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, fortalecer a resiliência aos riscos climáticos e integrar a mudança climática nas políticas e planejamentos nacionais. 

Entretanto, a dimensão ambiental está presente em todos os ODS e relaciona-se com as questões fundamentais da luta contra a pobreza, erradicação da fome, saúde, educação, igualdade de género, água e saneamento, energia, crescimento económico, assentamentos humanos, consumo e produção sustentáveis, e aqui faço um destaque especial nas mudança climática. Importante mais uma vez ressaltar que os ODS não são independentes, estão inter-relacionados e, portanto, constituem um sistema para o desenvolvimento sustentável.

Importante lembrar que a Agenda 2030, que inclui os 17 ODS, tem como prazo final o ano de 2030. e cada um dos 17 ODS possui metas e indicadores específicos que abrangem diversas áreas temáticas interconectadas. Embora o prazo final seja 2030, espera-se que algumas metas, baseadas em acordos internacionais, sejam cumpridas antes do prazo estabelecido.

Entretanto, uma década após ter a Agenda de Desenvolvimento Sustentável começar a ser implementada, apenas cerca de 35% das metas estão no rumo certo ou apresentam progressos moderados. Quase metade avança muito lentamente e 18% regrediram. E o chefe da ONU alertou ainda sobre um quadro global marcado por tensões comerciais aumentando, desigualdades crescendo, orçamentos de ajuda humanitária reduzindo e gastos militares disparando.

Importante frisar que o Secretário-geral da ONU apresentou relatório sobre progresso da agenda, marcada para expirar em 2030; mais de 800 milhões de pessoas vivem em extrema pobreza; necessário acelerar avanços em áreas como acesso a água potável, saneamento, serviços de higiene, mudanças climáticas, conflitos e dívida de países menos desenvolvidos.

Vale ressaltar que ao adotarmos práticas mais sustentáveis e conscientes, podemos contribuir para um futuro mais resiliente e com menos impactos negativos das mudanças climáticas.

Nos próximos artigos iremos escrever toda semana sobre cada um dos ODS e como eles interagem nas ações de combate as mudanças climáticas.  Desta forma, o próximo artigo será: ODS 1 – Erradicação da Pobreza e Mudanças Climáticas. Porque os ODS são possíveis de cumprir se houver urgência e ambição, diz ONU.

E “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Eduardo Cairo Chiletto

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About Eduardo Cairo Chiletto

Arquiteto e Urbanista - Presidente da Academia de Arquitetura e Urbanismo-MT. Coordenador Nacional de Projetos da PAGE - Brasil (2018 - 2023). Secretário de Estado de Cidades-MT (2015-2016)... Conselheiro e Vice-presidente do CAU/MT - Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (2015-2017)
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