ODS 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis – Mudanças Climáticas.

Segundo Clima em Curso: “O aumento da população urbana é um fenômeno mundial. No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, as taxas de urbanização cresceram significativamente nas últimas décadas. Enquanto no mundo 54% da população vive em cidades, em 2010 os dados do IBGE registravam que 84% da população brasileira já vivia em áreas urbanas. Essa realidade tem múltiplas causas e várias consequências desafiadoras para quem pensa, planeja e gere as cidades”. 

O ODS 11, “Cidades e Comunidades Sustentáveis”, estabelece metas para garantir que as cidades sejam seguras, inclusivas e sustentáveis, com foco em habitação, transporte, áreas verdes e gestão de recursos naturais. 

Vale ressaltar que os Arquitetos e Urbanistas desempenham um papel vital na criação de cidades e comunidades sustentáveis, integrando princípios ambientais, sociais e econômicos em seus projetos. Isso envolve o uso de materiais e técnicas que minimizam o impacto ambiental, o uso eficiente de recursos naturais, a criação de espaços verdes, a promoção de mobilidade urbana sustentável e o desenvolvimento de construções que otimizem o consumo de energia e água.

A colaboração entre arquitetos, governos e o setor privado é fundamental para acelerar a transição para um desenvolvimento urbano mais sustentável e inclusivo, alinhado com o ODS 11 da ONU

Seguem abaixo algumas ações e o papel dos Arquitetos e Urbanistas:

  • Soluções Inovadoras: Arquitetos projetam e implementam soluções que vão além da estética, considerando o impacto de suas criações no longo prazo e o bem-estar das futuras gerações. 
  • Otimização de Recursos: Buscam reduzir o consumo de energia e água, utilizando iluminação natural, sistemas de reuso de água e materiais ecológicos. 
  • Minimização de Resíduos: Adotam práticas para reduzir a geração de resíduos durante a construção e a operação das edificações. 
  • Integração com o Meio Ambiente: Projetam espaços que se integram de forma harmônica com o ambiente construído e natural, incorporando áreas verdes e melhorando a drenagem do solo. 
  • Design Inteligente: Desenvolvem projetos que promovem a saúde e a produtividade dos ocupantes, utilizando princípios de smart energy e smart building. 

Desta forma, cidades e comunidades sustentáveis são essenciais para mitigar os impactos das mudanças climáticas e construir um futuro mais resiliente. Para isso, é preciso investir em infraestruturas verdes, promover a eficiência energética, melhorar a mobilidade urbana e garantir acesso a serviços básicos e habitações seguras e acessíveis. 

Eventos de grande porte, como as Olimpíadas de Paris 2024, demonstraram como a colaboração entre as partes interessadas pode acelerar a inovação e o desenvolvimento de métodos de construção sustentáveis.

Como já publicado nos artigos: Mudanças Climáticas: Cidades Sustentáveis (Parte 01), Mudanças Climáticas: Cidades Sustentáveis (Parte 02) – Cidades Verdes e Cidades Verdes e Sustentáveis: Comunidades urbanas vulnerabilizadas enfrentam riscos crescentes devido à falta de infraestrutura resiliente e pobreza concentrada. Há portanto que se planejar cidades que promovam a segurança e mobilidade para todos.

A adoção de práticas sustentáveis em áreas urbanas ajuda a reduzir a vulnerabilidade às mudanças climáticas, aumentando a capacidade de adaptação e mitigação dos seus efeitos. Ações para Cidades Sustentáveis:

  • Infraestrutoras Verdes: Áreas verdes, jardins de chuva e sistemas de drenagem sustentável ajudam a regular a temperatura, reduzir inundações e melhorar a qualidade do ar. 
  • Eficiência Energética: Investir em edifícios eficientes, tecnologias de baixo carbono e energias renováveis ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. 
  • Mobilidade Urbana: Promover o uso de transportes públicos que não utilizem combustíveis fósseis, assim como bicicletas e a criação de calçadas niveladas, ciclovias e ciclofaixas ajudam a reduzir as emissões de carbono e a melhorar a qualidade de vida. 
  • Serviços e Habitações: Garantir acesso a moradias acessíveis, seguras e de qualidade, bem como a serviços básicos como água e saneamento, é fundamental para o desenvolvimento sustentável. 

Vale ressaltar que jardins de chuva são áreas verdes projetadas em locais públicos e privados para reter, filtrar e infiltrar a água da chuva no solo, agindo como um reservatório natural que reduz alagamentos, poluição e o calor urbano. 

Exemplo de boas práticas:

  • Campinas (SP): A cidade está implementando projetos de reaproveitamento de água tratada e geração de adubo orgânico a partir de resíduos. 
  • Outras Iniciativas: Muitas cidades estão investindo em energias renováveis, como a solar, para reduzir as emissões de carbono e promover a sustentabilidade
  • Projetos de Bairros: O desenvolvimento gradual de bairros sustentáveis, como o exemplo de um projeto em Estocolmo, Suécia, demonstra a aplicação prática desses princípios no desenvolvimento urbano. 
  • Medellín (Colômbia): Transformação urbana por meio de infraestrutura social e mobilidade (teleféricos, escadas rolantes urbanas).
  • Copenhague (Dinamarca): Modelo de cidade ciclável, com planejamento orientado para baixo carbono.

Vale ressaltar que em Mato Grosso várias cidades estão envolvidas em iniciativas de sustentabilidade, como Lucas do Rio Verde, Sinop, Nova Mutum e Tangará da Serra, que participam de programas como o Programa Cidades Sustentáveis e a Agenda 2030, buscando reduzir emissões, melhorar a governança ambiental e promover a qualidade de vida dos cidadãos através de ações locais e alinhamento com diretrizes da gestão municipal. 

Importante destacar que o objetivo do ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis é: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Cujas metas são:

11.1 Até 2030, garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas;

11.2 Até 2030, proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária por meio da expansão dos transportes públicos, com especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos;

11.3 Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países;

11.4 Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo;

11.5 Até 2030, reduzir significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas por catástrofes e substancialmente diminuir as perdas econômicas diretas causadas por elas em relação ao produto interno bruto global, incluindo os desastres relacionados à água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade;

11.6 Até 2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros;

11.7 Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência;

11.a Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento;

11.b Até 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos adotando e implementando políticas e planos integrados para a inclusão, a eficiência dos recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a resiliência a desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030, o gerenciamento holístico do risco de desastres em todos os níveis;

11.c Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais.

Ao adotar práticas sustentáveis, as cidades podem construir um futuro mais resiliente, com menor vulnerabilidade às mudanças climáticas e maior qualidade de vida para seus habitantes

Alcançar uma sustentabilidade implica não apenas abordar os sintomas visíveis da crise climática, mas também atacar suas raízes profundas nas estruturas sociais e econômicas que perpetuam a marginalização de comunidades.

Seguem ferramentas e estratégias sustentáveis:

  • Gestão participativa do território;
  • Certificações verdes (LEED, AQUA-HQE, EDGE);
  • Arquitetura bioclimática e uso de materiais locais;
  • Plano Diretor Participativo – Inclusive para municípios abaixo de 20 mil habitantes;
  • Desenho urbano sustentável.

Importante dizer que Arquitetos e Urbanistas têm um papel fundamental na construção de um futuro sustentável. Ao integrar os princípios do ODS 11 em seus projetos e planejamentos, esses profissionais ajudam a criar cidades mais inclusivas, resilientes, acessíveis e ambientalmente responsáveis.

Desta forma, precisamos votar e eleger, em todas as áreas, candidatos com consciência socioambiental porque: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores).

Próximo artigo será: ODS 12: Consumo e Produção Responsáveis – Mudanças Climáticas.

Eduardo Cairo Chiletto

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About Eduardo Cairo Chiletto

Arquiteto e Urbanista - Presidente da Academia de Arquitetura e Urbanismo-MT. Coordenador Nacional de Projetos da PAGE - Brasil (2018 - 2023). Secretário de Estado de Cidades-MT (2015-2016)... Conselheiro e Vice-presidente do CAU/MT - Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (2015-2017)
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