As mudanças climáticas são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima. Essas mudanças podem ser naturais, como por meio de variações no ciclo solar. Mas, desde 1800, as atividades humanas têm sido o principal impulsionador das mudanças climáticas, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás.

A ação contra a mudança global do clima, exige que todos tomemos medidas urgentes para combater as alterações climáticas e seus impactos. Isso envolve reduzir emissões de gases de efeito estufa, adaptar-se aos impactos já existentes e reforçar a resiliência em relação aos riscos climáticos. 

O relatório da ONU, “Relatório de Riscos e Desastres Interligados 2023” alerta para 6 (seis) pontos de inflexão de riscos interligados: risco de extinções, derretimento glacial, detritos espaciais (causando perda de vários satélites), calor insuportável (dificultando a vida em algumas regiões), futuro não segurável (uma vez que as seguradoras não vão cobrir os danos nas construções causadas por eventos climáticos extremos) e quero destacar entre eles: esgotamento das águas subterrâneas. O que coloca em risco o abastecimento mundial de alimentos.

O fator que influencia as consequências do aquecimento global é o mesmo responsável pela sua existência e agravamento: a ação transformadora do ser humano sobre o meio, o que inclui a degradação do meio ambiente para a obtenção de recursos naturais, as atividades econômicas urbanas e rurais e, mais intensamente, a emissão de gases do efeito estufa (GEE), tais como gás carbônico (CO2), metano (CH4), clorofluorcarbonetos (CFC) e óxido nitroso (N2O).“

CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL:

• A saúde humana é impactada por esse problema ambiental com o surgimento ou agravamento de doenças associadas a condições atmosféricas extremas e à poluição.
• Na economia, afeta as cadeias de produção por conta da escassez de matérias-primas, de fontes de energia e de água, encarecendo o processo e causando desabastecimento.
• As mudanças climáticas, o desequilíbrio ambiental, a destruição de ecossistemas e a perda de biodiversidade são as principais consequências do aquecimento global na natureza.
• Com o avanço do aquecimento global, as desigualdades socioeconômicas entre as camadas da população se agravam, pois as consequências do problema afetam a população mais vulnerável primeiramente”
• A pesca predatória consumiu 30% da população de peixes;
• Derrubamos mais de 15 bilhões de árvores por ano;
• Reduzimos a população de água doce em mais de 80%;
• Estamos substituindo a vida selvagem pela domesticada.

A Floresta Amazônica está sendo devastada até que não conseguirá produzir umidade suficiente e vai se degradar virando uma savana seca, causando uma perda catastrófica de espécies e alterando o ciclo global da água. Ao mesmo tempo o Ártico fica sem gelo no verão, com menos energia do sol sendo refletida de volta ao espaço e a velocidade do aquecimento global aumenta.

• Mar de Aral: De 4º maior lago do mundo virou deserto: o que aconteceu? A má gestão de recursos naturais pode trazer consequências tanto ambientais, quanto sociais. O Mar de Aral, que deixou de ser um dos maiores lagos do mundo para se tornar um grande deserto.

Isso porque grandes projetos de irrigação para produção de algodão desviavam os rios Amu Darya e Syr Darya — que alimentavam o Mar de Aral. Dessa forma, a diminuição desenfreada da entrada de água fez com que o lago perdesse 90% de seu tamanho original.

Mas ações individuais e coletivas podem contribuir para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, protegendo o planeta e as futuras gerações. Seguem algumas ações importantes:

Reduzir o consumo de energia:

• Economize energia em casa, desligando aparelhos e lâmpadas quando não forem usados. 
• Priorize fontes de energia limpa e renovável, como solar e eólica. 
• Reduza o consumo de combustíveis fósseis e seus derivados. 
• Utilize lâmpadas de LED e aparelhos elétricos com alta eficiência energética. 
• Evite o uso de aquecedores e ar-condicionado, optando por roupas leves e ventilação natural. 

Reduzir o desperdício de água:

• Evite o desperdício de água em casa, como ao escovar os dentes e lavar a louça. 

Consumo de alimentos:

• Consuma alimentos de produtores locais, reduzindo a distância de transporte. 
• Evite o desperdício de alimentos, planejando as compras e aproveitando sobras. 
• Consuma alimentos de origem vegetal, que geralmente exigem menos energia para produzir e transportar. 

Reduzir o desmatamento:

• Evite o consumo de produtos que contribuam para o desmatamento, como madeira e produtos de origem animal. 
• Denuncie desmatamentos e queimadas às autoridades competentes. 
• Participe de campanhas de plantio e conservação de áreas verdes.
• Se você tem um quintal plante árvores… E plante também na calçada em frente a sua casa. De preferencia árvores frutíferas.

Reduzir a poluição:

• Use transporte público, bicicleta ou caminhe sempre que possível. 
• Reduza o uso de carros, optando por caronas ou planejamento de rotas. 
• Recicle lixo e evite o descarte incorreto de resíduos. 
• Evite o uso de produtos químicos, optando por alternativas naturais e sustentáveis. 

Vocês também podem participar de ações coletivas como:

• Participar de movimentos sociais e organizações ambientais que lutam por políticas públicas que abordem as mudanças climáticas. 
• Fazer pressão política para que governos implementem políticas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e promovam a transição para energias renováveis. 
• Apoderar-se da informação sobre as mudanças climáticas e as ações necessárias para combatê-las. 

Importante destacar que o objetivo do ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima é: Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos. Cujas metas são:

13.1 Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação a riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países;

13.2 Integrar medidas da mudança do clima nas políticas, estratégias e planejamentos nacionais;

13.3 Melhorar a educação, aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional sobre mitigação, adaptação, redução de impacto e alerta precoce da mudança do clima;

13.a Implementar o compromisso assumido pelos países desenvolvidos partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] para a meta de mobilizar conjuntamente US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020, de todas as fontes, para atender às necessidades dos países em desenvolvimento, no contexto das ações de mitigação significativas e transparência na implementação; e operacionalizar plenamente o Fundo Verde para o Clima por meio de sua capitalização o mais cedo possível;

13.b Promover mecanismos para a criação de capacidades para o planejamento relacionado à mudança do clima e à gestão eficaz, nos países menos desenvolvidos, inclusive com foco em mulheres, jovens, comunidades locais e marginalizadas.

Importante ressaltar que a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima [UNFCCC] é o fórum internacional intergovernamental primário para negociar a resposta global à mudança do clima.

Segundo o site das Nações Unidas Brasil: “Muitas pessoas pensam que as mudanças climáticas significam principalmente temperaturas mais altas. Mas o aumento da temperatura é apenas o começo da história. Como a Terra é um sistema, onde tudo está conectado, mudanças em uma área podem influenciar mudanças em todas as outras.

As consequências das mudanças climáticas agora incluem, entre outras, secas intensas, escassez de água, incêndios severos, aumento do nível do mar, inundações, derretimento do gelo polar, tempestades catastróficas e declínio da biodiversidade.

Este é o nosso planeta gerido pela humanidade para a humanidade. Sobra pouco para os seres vivos.

• Previsão década de 2040: Solos congelados descongelam liberando metano – um gás do efeito estufa bem mais potente que o dióxido de carbono, acelerando drasticamente a velocidade da mudança climática.
• Previsão década de 2050: À medida que o oceano continua a se aquecer e se tornar mais ácido, os recifes de coral de todo o mundo morrem e populações de peixe somem.
• Previsão década de 2080: A produção global de alimentos entra em crise à medida que os solos são exauridos pelo uso excessivo. Insetos polinizadores desaparecem e o clima fica cada vez mais imprevisível.
• Previsão década de 2100: A temperatura do planeta aumenta em 4 graus Celsius e grande parte da terra fica inabitável. Milhões de pessoas ficam desabrigadas. É o sexto evento de extinção em massa!

A mudança global do clima é uma crise que exige ação urgente e coordenada de todos. A redução das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação aos impactos já existentes são essenciais para garantir um futuro sustentável. Ações individuais e coletivas podem contribuir para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, protegendo o planeta e as futuras gerações. 

E volto mais uma vez a dizer: Precisamos votar em em todas as áreas em candidatos e políticos que tenham consciência socioambiental, porque: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer” (Geraldo Vandré: Para não dizer que não falei das flores). “O tempo das palavras já passou – as declarações políticas devem se traduzir urgentemente em ações. Precisamos agir agora e com ousadia“.

Próximo artigo será: ODS 14: Vida na Água – Mudanças Climáticas.

Eduardo Cairo Chiletto