
O tema “inteligência emocional e mudanças climáticas” pode parecer, à primeira vista, pouco relacionado, mas na verdade há conexões profundas entre os dois. A inteligência emocional é fundamental na crise climática porque ajuda a gerir as emoções, como a ecoansiedade, e a transformar o sofrimento em ação construtiva, promovendo soluções em vez de pânico.
- Ecoansiedade: As mudanças climáticas são uma fonte de ansiedade crônica e angústia, conhecida como ecoansiedade, que surge do medo de um cataclismo ambiental e da incerteza sobre o futuro.
- Impacto em pessoas vulneráveis: Jovens, crianças e populações de baixa renda são particularmente afetadas, pois enfrentam maiores riscos e menos recursos para lidar com os impactos do clima.
- Sintomas comuns: A ecoansiedade manifesta-se através de pânico, medo, insegurança, ansiedade, cansaço mental e sofrimento psicológico, que são reações legítimas à crise.
Vale ressaltar que a inteligência emocional (IE) é a capacidade de reconhecer, entender e gerenciar as próprias emoções, bem como de perceber e influenciar as emoções dos outros. Segundo Daniel Goleman (psicólogo, jornalista e escritor americano conhecido por popularizar o conceito de inteligência emocional através de seu livro de 1995, “Inteligência Emocional”), os principais pilares da IE são: 1. Motivação; 2. Autoconsciência; 3. Autocontrole; 4. Empatia e; 5. Habilidades sociais.
Mas como as Mudanças Climáticas Afetam as Emoções? As mudanças climáticas têm impactos emocionais e psicológicos profundos, como:
- Raiva ou frustração: com governos ou corporações inativos.
- Ecoansiedade: angústia relacionada ao futuro do planeta.
- Luto ecológico: tristeza por perdas ambientais (como florestas, espécies, paisagens).
- Sentimento de impotência: diante da escala do problema.
Mas porque a Inteligência Emocional é Importante Neste Contexto?
Para lidar com as emoções difíceis: A IE ajuda a nomear e processar sentimentos relacionados à crise climática. Evita a paralisia emocional que impede a ação.
Para engajar ações positivas: Pessoas emocionalmente inteligentes tendem a agir com mais empatia e responsabilidade. Isso pode incluir hábitos sustentáveis, ativismo climático ou apoio a políticas públicas.
Para comunicação eficaz: A IE é essencial para dialogar com empatia sobre o clima — especialmente em contextos polarizados. Ajuda a evitar o confronto e a promover a cooperação.
Mas o que pode ser feito?
- Consciência e informação: Manter-se informado sobre as mudanças climáticas e os seus impactos ajuda a compreender a situação e a tomar decisões conscientes.
- Incentivo à ação positiva: Utilizar “empurrõezinhos” (nudge) para incentivar o uso de bicicletas, energias renováveis e produtos sustentáveis, promovendo hábitos mais ecológicos.
- Envolvimento cívico: Participar em movimentos ambientalistas, pressionar por acordos multilaterais e apoiar inovações tecnológicas para combater as mudanças climáticas são formas de agir.
Muito importante dizer que incluir a educação socioemocional nas escolas pode preparar crianças e jovens para:
- Serem cidadãos críticos e ativos na transformação ambiental.
- Enfrentar o futuro climático com resiliência.
- Desenvolver empatia por comunidades afetadas.
Desta forma, a inteligência emocional é uma ferramenta poderosa para enfrentarmos as mudanças climáticas — não apenas com conhecimento técnico, mas com empatia, coragem e ação consciente. É uma ponte entre o sentir e o agir diante de um dos maiores desafios do nosso tempo. Sendo assim, é crucial entender a ligação entre inteligência emocional e mudanças climáticas para enfrentar eficazmente a crise, que causa ansiedade, medo e sofrimento psicológico generalizado, especialmente nas populações mais vulneráveis.
Eduardo Cairo Chiletto