COVID-19: Somos tão fortes quanto o elo mais fraco de nossa cadeia humana.

A pandemia COVID-19 nos mostrou, de uma forma assustadora e eloquente, que estamos intimamente interligados e que somos tão fortes quanto o elo mais fraco de nossa cadeia humana.

A P1 mais letal e altamente contaminante que ataca os jovens e os já infectados, circula livremente. Em todo o país, faltam leitos e UTIs, para qualquer enfermidade. É necessário esforços urgentes, conforme declarado na Assembleia Geral da ONU em setembro de 2020.

Neste grave contexto acredito que devemos tomar medidas transformadoras. Devemos parar com as brigas e mesquinharias políticas, e nos unir em prol da sociedade, porque temos uma oportunidade histórica de reconstruir nossas vidas para o bem-estar e melhoraria da humanidade.

Padrões desta politicagem irresponsável estão se tornado insustentáveis ​​para a população e estão ameaçando o bem-estar humano, assim como o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), importantíssimos para nossa sobrevivência na terra. Esses padrões atuais levaram a três crises ambientais: mudanças climáticas, perda de biodiversidade e poluição.

Em meio a esses padrões insustentáveis está o aumento do nível de poluição. A OMS- Organização Mundial da Saúde estima que 23% de todas as mortes no mundo, o que equivale a cerca de12,6 milhões de pessoas em 2012, deve-se a fatores de risco ambientais, como a má qualidade do ar, com impacto desproporcional nas crianças, mulheres e nos mais vulneráveis.

A COVID-19 evidenciou ainda mais essa necessidade. Estudos sugerem que os impactos da poluição do ar, combinados com os impactos da pandemia da COVID-19 pode levar ao agravamento dos efeitos sobre a saúde. com custos que equivalem a 2% do produto interno bruto e até 7% dos gastos anuais em termos de custos de saúde. Além disso, os países enfrentam desafios de aumentar o desperdício devido ao uso massivo de equipamentos de proteção individual e ao aumento do uso de plásticos descartáveis.

Inspirados por soluções baseadas na natureza e em prol da recuperação pós COVID, o Estado de Mato Grosso, através da Assessoria Internacional do Governo e em parceria com a UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial está trabalhando e desenvolvendo um projeto de Bioeconomia para a Amazônia Legal que inclui inclusive modelos de economia circular.

Os benefícios da economia circular são inúmeros. O IRP – International Resource Panel estima que a adoção da circularidade poderia reduzir as emissões de GEE – Gases do Efeito Estufa em alguns setores em até 99% e a necessidade de confecção de novos materiais em 98%. O que equivale a não emissão de 3.600 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera por ano até 2050.

A OIT – Organização Internacional do Trabalho – estima que a economia circular e a bioeconomia podem gerar 4,8 milhões de empregos verdes somente na região da América Latina e Caribe até 2030, importantíssimo para está época de pandemia onde milhões de pessoas perderam seus empregos. Globalmente, o WEF – Fórum Econômico Mundial estimou o potencial de economia de materiais como uma magnitude que chega a um trilhão de dólares por ano.

Além disso, o Estado de Mato Grosso, através da PAGE – Parthnership for Action on Green Econony, parceria do Governo com Agências da ONU, com recursos a fundo perdido da Alemanha – KFW, está realizando um trabalho inédito no Brasil para análise dos impactos socioeconômicos da pandemia Covid-19 na Agricultura Familiar, responsável por grande parte da alimentação em nossas casas.

Esse trabalho busca entender como a pandemia está afetando a dinâmica da produção, o acesso ao mercado, o acesso a serviços essenciais e a renda dos pequenos agricultores, fornecendo recomendações claras sobre como apoiar iniciativas do governo estadual e da sociedade civil para minimizar os impactos pós-pandemia por meio de políticas macroeconômicas “verdes” e incentivos.

Também irá avaliar, entre outros, os cenários pós-pandemia por meio de políticas públicas e incentivos para reanimar atividades econômicas no setor da Agricultura familiar, com o objetivo de promover a sustentabilidade, recuperação verde e economia circular, avaliando possíveis cenários pós-pandemia, direcionando recursos públicos e privados para ações governamentais estratégicas que reconheçam e valorizem o papel da natureza na redução de riscos sistêmicos e na mitigação de futuros surtos de doenças zoonóticas, abordando suas causas básicas.

Essas ações em andamento em Mato Grosso permitirão minimizar e mesmo reverter o cenário caótico estabelecido pela pandemia COVID-19. E nossa interligação e responsabilidade com a sociedade nos farão alcançar a melhoria do bem-estar humano e igualdade social, reduzindo significativamente os riscos ambientais e os desequilíbrios ecológicos como preconiza a agenda 2023 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.

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About Eduardo Cairo Chiletto

Arquiteto e Urbanista - Presidente da Academia de Arquitetura e Urbanismo-MT. Coordenador Nacional de Projetos da PAGE - Brasil (2018 - 2023). Secretário de Estado de Cidades-MT (2015-2016)... Conselheiro e Vice-presidente do CAU/MT - Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (2015-2017)
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2 Responses to COVID-19: Somos tão fortes quanto o elo mais fraco de nossa cadeia humana.

  1. Avatar de Ermelinda Ermelinda disse:

    Muito bom artigo! Os políticos, os gestores deveriam parar de olhar o próprio umbigo, deixar a cegueira da ignorância e olhar o país e o povo, tratá-los com dignidade. O país e o povo estão à deriva!

  2. Exatamente Ermê!!! É revoltante essa classe política corrupta que como você bem disse só olha para o seus umbigos e acrescento, seus bolsos lotados de dinheiro, enquanto cerca de 70% da população vive na miséria.
    Essa classe política deveria ser eliminada, aniquilada, exterminada, erradicação das nossas vidas.

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